
Presidente anuncia fim do Arapongas
Alegando falta de apoio, Adir Leme da Silva confirmou que clube encerrará atividades ao final do Paranaense
Adir Leme da Silva se emocionou durante a coletiva de imprensa
O que era especulação desde o ano passado se confirmou ontem. O Arapongas Esporte Clube vai acabar após o fim do Campeonato Paranaense. A notícia foi dada ontem, pelo dono do clube, o empresário Adir Leme da Silva, que justificou a medida alegando falta de apoio na cidade.
Existia um boato grande desde 2012 de que ele transferiria o clube para Maringá. Arapongas Esporte Clube na realidade é o nome fantasia da Empresa Brasileira de Futebol. Adir confirmou o convite por parte da prefeitura maringaense, assim como, segundo ele, tem outras propostas, como de Cascavel e de Barueri-SP, onde já foi presidente. Porém, disse que não tem nada concreto.
"Houve consulta de Maringá, Cascavel e outras grandes cidades. Podemos mudar se pagarmos a taxa da Federação (Paranaense de Futebol-FPF), mas não sei se continuo no futebol", disse Adir. "Aqui não fico mais". A FPF cobra uma taxa de R$ 200 mil para autorizar a mudança de cidade de um clube.
Em um discurso emocionado, o ex-gestor do Londrina e proprietário do Arapongas reclamou muito da falta de apoio tanto do empresariado local como do poder público, assim como mostrou seu descontentamento com a desconfiança da cidade com sua idoneidade. "Quanto aqui cheguei, tive que fazer todos os pagamentos antecipados", contou. "Parece também que algumas pessoas da cidade preferem o passado com os chamados 'picaretas' que por aqui estiveram e criaram uma ferida no futebol local que nunca cicatrizou, deixando desconfianças, um gosto amargo de frustração e dívidas que eu paguei", discursou.
Adir assumiu o clube em 2008, ainda na Terceira Divisão do Campeonato Paranaense. O ápice de sua gestão veio no ano passado, quando o Arapongas foi campeão do interior e disputou a Série D do Brasileiro pela primeira vez na história. O clube ainda vai disputar a Copa do brasil este ano. A estreia é contra o São Caetano. "Justo agora, que com esses resultados achei que os investimentos viria aconteceu o inverso. Tive quase 50% menos de apoio", lamentou.
Ele afirma ter investido cerca de R$ 3 milhões desde 2008 e estima um prejuízo de R$ 1 milhão até o fim do Estadual. Arapongas é o maior polo moveleiro do Paraná e o segundo do Brasil, movimentando mais de R$ 1 bilhão por ano, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima). "A cidade tem mais de 4 mil empresas e não tivemos apoio. Não vejo perspectivas de melhorar", lamentou o cartola, que também criticou o poder público.
Ele lembrou que pagou do bolso a remodelação do Estádio José Chiappin, que é municipal. "Deixo R$ 1 milhão em benfeitorias no Estádio dos Pássaros, investidos na construção de área VIP com cadeiras, novo gramado, novos vestiários, banheiro para cadeirante e mais segurança para o torcedor", enumerou.
Adir garantiu que o time concluirá a participação no Campeonato Paranaense e buscará o bicampeonato do interior.
Procurado pela reportagem, o assessor de esportes da Prefeitura de Arapongas, Ricardo Gonçalves, informou que não havia sido comunicado oficialmente sobre a decisão do presidente do clube de encerrar as atividades ao final do Paranaense. Sem fazer promessas, Gonçalves disse estar "aberto a conversar" com Adir.
Ontem à noite, o Arapongas receberia o Atlético, pela oitava rodada da competição.
Thiago Mossini
Reportagem Local
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